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10 anos do desmoronamento da uma fábrica têxtil em Bangladesh e as reflexões trabalhistas trazidas

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10 anos do desmoronamento da uma fábrica têxtil em Bangladesh e as reflexões trabalhistas trazidas

Há dez anos, em 24 de abril de 2013, ocorreu um dos piores desastres da indústria têxtil, o colapso do prédio Rana Plaza em Bangladesh, onde trabalhavam mais de 5.000 pessoas. O prédio abrigava fábricas de roupas que produziam peças para grandes marcas internacionais. O desabamento causou a morte de 1.138 pessoas e feriu outras 2.500, chamando a atenção para as condições de trabalho precárias e desumanas na indústria da moda.

O desastre no Rana Plaza inspirou a criação do Acordo de Bangladesh em 2013, que deu aos sindicatos maior poder de decisão e responsabilizou legalmente as marcas pela segurança nas fábricas. O acordo foi assinado por mais de 220 marcas e tornou as fábricas mais seguras para cerca de 2,5 milhões de trabalhadores em Bangladesh. Desde então, houve apenas duas violações do acordo, com as marcas responsáveis sendo levadas à Justiça.

No entanto, ainda há muito a ser feito, especialmente em países como os Estados Unidos, onde as grandes marcas se recusam a assinar acordos internacionais que protejam a integridade de seus trabalhadores. A Alemanha é um dos países que lideram a luta contra a violação dos direitos humanos nas cadeias de fornecimento. Em janeiro de 2022, a Alemanha introduziu uma lei que multa empresas que utilizam trabalho infantil, trabalho forçado ou com padrões de segurança inadequados.

O Acordo Internacional tem suas limitações e se concentra principalmente na segurança das fábricas, sem abordar questões-chave como cortes de salários e demissões coletivas. Durante a pandemia de Covid-19, trabalhadores da indústria têxtil em toda a Ásia sofreram cortes de salários e perda de renda. A falta de representação sindical também é um problema grave na indústria da moda, tornando os trabalhadores vulneráveis e forçando-os a trabalhar em condições degradantes.

O legado da tragédia do Rana Plaza ainda é sentido e continuará a ser sentido por muitos anos. O acordo foi estendido ao Paquistão após um incêndio em uma fábrica de vestuário que matou quatro bombeiros e deixou dezenas de feridos. No entanto, o acordo deve ser renegociado dentro de alguns anos, o que pode permitir a entrada de atores que gostariam de ver um acordo mais fraco.

Embora tenha havido progresso no sentido de melhorar as condições de trabalho e segurança das fábricas de roupas em Bangladesh e outros países em desenvolvimento, o setor de moda ainda enfrenta muitos desafios.

Um dos problemas é que muitas grandes marcas continuam a terceirizar a produção para fornecedores em países com baixos salários e regulamentações de trabalho fracas. Isso pode levar a más condições de trabalho e salários baixos para os trabalhadores, muitos dos quais são mulheres.

Além disso, os trabalhadores da indústria têxtil são frequentemente expostos a produtos químicos tóxicos e outros riscos à saúde, e muitos sofrem lesões ou doenças relacionadas ao trabalho. As marcas de moda também são frequentemente criticadas por não pagar o suficiente pelos produtos que compram e por não fornecer uma renda sustentável aos trabalhadores.

Outra questão é a rápida mudança nas tendências da moda, que pode levar as marcas a produzir roupas em grande quantidade e a preços baixos, muitas vezes às custas da qualidade e da ética de trabalho. Isso pode levar a uma cultura de desperdício e produção excessiva, que é prejudicial para o meio ambiente e para os trabalhadores que são forçados a produzir esses produtos em condições precárias.

Apesar dos desafios, há um crescente movimento em direção a uma moda mais ética e sustentável. Cada vez mais marcas estão buscando fornecedores que respeitem as normas trabalhistas e ambientais e estão tentando reduzir sua pegada de carbono. Também há uma crescente conscientização do público sobre os impactos negativos da moda rápida e a importância de fazer escolhas mais conscientes ao comprar roupas.

A tragédia do Rana Plaza foi um ponto de virada para a indústria da moda, e embora ainda haja muito a ser feito, é um lembrete constante de que a moda deve ser responsável e ética em todos os aspectos, desde a produção até o consumo.

Em resumo, a tragédia do Rana Plaza mudou a indústria da moda e inspirou mudanças significativas em relação à segurança dos trabalhadores nas fábricas. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para garantir que os direitos humanos sejam respeitados na indústria da moda e que os trabalhadores sejam protegidos de condições degradantes e inseguras.

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