Uma jovem artista brasileira de apenas 7 anos tem chamado atenção na Alemanha com suas pinturas cheias de emoção e expressividade. Asuka Krach, que reside na cidade de Augsburg, na região da Baviera, utiliza a arte como forma de se expressar e compartilhar suas emoções e sentimentos.

Asuka começou a se dedicar à pintura quando a chefe de seu pai a presenteou com carvões para desenho. A garota, então, retribuiu o presente com um desenho que encantou a chefe, que comparou a arte da menina à renomada pintora mexicana Frida Kahlo. Sem saber quem era Frida, Asuka se interessou em conhecer sua história e arte, iniciando um profundo interesse pelas artistas femininas que passaram a inspirar seu trabalho. Hoje, suas principais referências são mulheres como Tarsila do Amaral, Anne Frank, Malala Yousafzai e Frida Kahlo.

Nascida em Votorantim, interior de São Paulo, Asuka é filha de pai alemão e mãe brasileira e mudou-se para a Alemanha ainda bebê. Apesar de falar fluentemente tanto o português quanto o alemão, a garota enfrentou bullying na pré-escola devido à mescla de palavras dos dois idiomas e sua pronúncia. O preconceito fez com que Asuka se retraísse, e sua arte se tornou um refúgio para expressar a dor que sentia.

A primeira grande oportunidade da jovem pintora ocorreu quando visitou o Centro Anne Frank em Berlim e fez um retrato da icônica jovem judia. O curador do local gostou tanto do trabalho que decidiu expô-lo para que outros visitantes pudessem apreciar. A partir desse momento, a mãe de Asuka começou a compartilhar as pinturas da filha nas redes sociais, o que rendeu um convite para uma exposição no Grand Hotel de Augsburg.

Asuka também encontrou inspiração na ministra da Cultura alemã, Claudia Roth, presenteando-a com uma de suas pinturas. O encontro entre as duas rendeu momentos de emoção, com Asuka expressando seu desejo de se tornar uma mulher em posição elevada na sociedade, assim como Roth.

Com o apoio da família e dos professores, a talentosa artista mirim se desenvolveu rapidamente e passou a sonhar em conhecer sua obra de arte preferida, a Mona Lisa. Embora tenha enfrentado uma resposta negativa do Museu do Louvre sobre a possibilidade de estudar arte no local, Asuka não desistiu e enviou um quadro de presente ao presidente francês, Emmanuel Macron. A pintura, que retrata o presidente com elementos indígenas, busca conscientizar sobre a preservação da Amazônia.

Asuka também expressa sua tristeza e preocupação com o mundo em suas pinturas, como em uma tela que mostra as bandeiras da Ucrânia, Turquia e Brasil, representando a guerra, o terremoto e a saudade de seu país natal, respectivamente. Seus laços com o Brasil são fortes, e sua mãe conta que a garota se orgulha de suas raízes indígenas e da consciência sobre o que acontece na Amazônia.

O passar do tempo, Asuka deixou de sentir vergonha de ser imigrante e passou a abraçar suas origens e sua trajetória. A menina tímida, que encontrou na arte uma maneira de se expressar e superar desafios, agora tem um sonho grandioso: abrir sua própria galeria de arte e inspirar crianças em todo o mundo. A história de Asuka Krach é um exemplo de talento, determinação e coragem, mostrando que, mesmo diante das adversidades, é possível encontrar um caminho para brilhar e transformar a realidade. Como a própria Asuka acredita: “Por que no fim tudo dá certo.”